Primeiro showzinho do levantamento! Não posso dizer que foi o primeiro show da minha vida, porque sei que assisti Rick & Renner na Festa do Peão de Cajamar quando era criança. Mas não lembro de muita coisa — só de uma pipoca ruim que vendia por lá.
Agora sim: Móveis Coloniais de Acaju foi uma das minhas bandas favoritas por muito tempo. A formação que conheci, quando eu era uma adolescente no ensino médio era composta por André Gonzales (vocal), Beto Mejía (flauta transversal), Esdras Nogueira (saxofone barítono), Fabrício Ofuji (Produção - acho MASSA que o produtor é listado como parte da formação), Fabio Pedroza (baixo), Fernando Jatobá (guitarra), Gabriel Coaracy (bateria), Paulo Rogério (sax tenor), Xande Bursztyn (trombone), BC (guitarra) e Eduardo Borém (gaita cromática, teclados e escaleta).
Em 2013 eu tava aprendendo a me localizar por São Paulo, fazendo cursinho no Butantã e me achava muito entendida do transporte público paulistano — afinal, morava numa cidade vizinha que não tinha razão pra ter tantas linhas de ônibus como São Paulo e não tinha transporte sobre trilhos. Eu achava a CPTM e metrô o auge da modernidade.
Lembro com muito carinho da sensação de subir as escadas rolantes da FNAC da Avenida Paulista (RIP - ela vai aparecer mais algumas vezes neste espaço virtual) e ouvir o sopro dos metais de uma qualidade que meu fone de ouvido não captava bem. Certeza que foi nesse frame que começou minha paixão por música ao vivo 💕
Foi um pocket show gratuito, portanto com pouco espaço pra muitas músicas. Tocaram mais canções do terceiro álbum recém-lançado e que eu ainda não sabia as letras, mas teve espaço pra um ou outro hit.
No mesmo dia, eles fariam um show completo no SESC Pompeia. Só que, naquela época, eu nem sabia o que era o SESC e também não costumava sair de casa à noite. Então, quando vi no Facebook que teria um show gratuito às 15h, tratei de convencer meus pais: eu sabia me virar, o evento era cedo, era da minha banda favorita, e eu iria acompanhada da minha irmã e da Helô. Já estava acostumada a andar sozinha por São Paulo, graças à rotina de CPTM/EMTU pra ir e voltar do cursinho desde o ano anterior. Preocupação exagerada a deles? Talvez. Em 2013 a Paulista não era o lugar da gangue da bicicleta como hoje mas entendo o medo de deixar a filha da cidade “pequena” enfrentar os perigos da cidade grande, como se perder no metrô, furtos, ou lidar com homens que não respeitam o espaço e o corpo de outras pessoas.
Minhas fotos do dia (tiradas com uma Cybershot contra a luz da janela) têm uma qualidade de imagem horrível hehe mas ainda assim são o suficiente pra me transportar de volta: o espaço quase vazio, as poucas pessoas presentes, a camiseta bairrista do André, e até o pensamento de que eu devia parar de alisar o cabelo.
As lembranças mais fortes que tenho não são “instagramáveis” (até porque eu nem usava a rede ainda): o André escrevendo “Bianca e Beatrirz” no autógrafo do CD, o som dos metais durante a passagem de som que mencionei antes, um cara me chamando pra dançar “Amor é tradução”(o que gerou uns “hihihi” adolescente da Bea e da Helô, para o meu constrangimento de cronicamente tímida), o abraço suado (eca) do vocalista depois do show — porque show da Mobília, mesmo em versão pocket, era sinônimo de dançar até suar — e a tentativa frustrada do Beto de fazer o público assobiar certinho em “De lá até aqui”.
Aproveitei pra tietar no fim do show hehe
📍 Local: FNAC Paulista
- 🎫 Show #1
- 🎵 Pocket show
- 🤑 Evento gratuito
- 👥 Quem foi comigo: Beatriz, Heloísa