Posso pedir perdão, só não posso deixar de pecar

“Nessa época, percebi que o mundo era quadrado e que pertencia aos que dormem tarde. Na noite se vive, de resto somente se respira

O livro não parece ser daqueles que eu ia gostar, li apenas porque achei o título intrigante, mas o jeito que é narrado - polêmico, pecador, irônico - me fez devorar as páginas em uma madrugada. Minha nossa. Não consegui acompanhar direito o raciocínio no final, mas fiquei encantada pela escrita de uma Fernanda Young de 17 anos (perdão pelo trocadilho, uma Fernanda realmente young, rs), fico imaginando o que ela queria causar com o livro hehe certeza que causou. Senti coisas estranhas lendo, talvez um resquício de culpa cristã.

Achei Nina uma personagem bem interessante, mas admito que os pensamentos dela (por vezes problemáticos, usando um eufemismo) me incomodaram em algumas partes. Mas também penso que tem mais a ver com o filtro que a SoCiEdAdE tenta colocar em pensamentos mais “impuros”. A Nina é uma voz “ativa e provocadora”, como Fernanda, bem lembrado pela editora Eugênia Ribas.

Ah, e o prefácio com texto de uma das filhas da Fernanda (a Cecília Madonna) me fez chorar.