Alho-poró

lidos
hq
físico
br
2018

Essa review transborda admiração por Bianca Pinheiro, então pode parecer um pouco “enviesada”. Mas é impossível não enaltecer seu trabalho ao conhecer seus quadrinhos e sua versatilidade em criar histórias tão distintas—seja no traço ou na narrativa—e igualmente incríveis. Com isso em mente, iniciei a leitura de Alho-poró com expectativas altas, que, sem dúvida, foram completamente atendidas.

Desde o começo, senti que havia algo incomum nas personagens e fui criando teorias ao longo da leitura. Mas não esperava a reviravolta que a história daria em certo ponto (SPOILER: devia ter prestado mais atenção à epígrafe com o trecho de Cell Block Tango, do musical Chicago, e ao texto na contracapa, que alerta: “Alho-poró é um quadrinho que se lê frio.”). O quadrinho acabou rápido, me deixando com tantas interrogações que precisei reler para conferir se tinha deixado escapar algo—até chequei se não faltavam páginas na minha edição! O final aberto foi um dos pontos altos para mim, mas saber que não haverá continuação me deixa aflita. FIM)

Sobre os desenhos, as personagens têm traços leves, porém marcantes, e uma anatomia levemente desproporcional. O estilo se distancia bastante de Bear, mas me lembrou um pouco Dora (meu trabalho favorito da Bianca). Não sou especialista em acabamento e estética, mas todo o visual de Alho-poró me encantou: os desenhos, a disposição dos quadros, as cores—tudo impecável.

Por fim, recomendo não só Alho-poró, mas toda a obra da Bianca Pinheiro. Se você ainda não conhece, está perdendo a chance de descobrir uma das principais artistas dos quadrinhos nacionais.

Nota

🔖 Lido em formato físico
📅 2018
💛 fav